Conceitualmente, há diferenças entre um grupo de pessoas, uma equipe e um verdadeiro time. A classificação como grupo pode envolver um amontoado de pessoas, cada uma com seus interesses e remando para um lado. Em uma equipe, pelo menos, os interesses gerais são comuns. Mas é em um time que todos estão comprometidos com os mesmos objetivos, vivenciam os mesmos valores e são capazes de se sacrificar para o sucesso do todo. Não é fácil formar um time.
Um bom líder pode contribuir muito. Não faltam exemplos de times vencedores, nos esportes e nas empresas, que tiveram como referência uma ou algumas pessoas que exerceram esse papel e que conseguiram fazer com que indivíduos diferentes trabalhassem por um mesmo ideal.
É possível estudar técnicas de liderança alcançáveis por qualquer pessoa que se dedique a estudá-las e a treiná-las, mas não é possível formar grandes líderes exclusivamente pela técnica. Há uma força no líder que vem do caráter, da sinceridade, da capacidade de tirar de algum lugar a palavra certa, para a pessoa certa, da maneira certa, no momento certo. Um grande líder não nasce pronto; ele é formado pela vida. O estudo será um importante complemento, um tempero de retoque final.
Um bom líder não é suficiente para formar um time. Nem o melhor líder tem esse poder. Um time é formado por pessoas, e é o seu conjunto que se transformará em um novo ser, com identidade, personalidade e corpo — exatamente o que ocorre com uma empresa ou uma organização de qualquer tipo. Esse ser é diferente do somatório das partes. Em um time, ele será maior e melhor.
Em uma equipe ou em um grupo, existirão aqueles que jogarão para o conjunto, mesmo que ainda não tenham se tornado um time de verdade. São eles que fazem as coisas acontecerem e merecem todo o reconhecimento. No futebol, costumavam ser chamados de “carregadores de piano”.
Há, porém, os que jogarão contra e que são facilmente identificados. São elementos que estão sempre prontos para apontar defeitos nos outros, transmitir uma mensagem de ceticismo, serem críticos com as próprias conquistas do grupo e estimular uma atitude de oposição à liderança, normalmente de maneira velada. Costumam ser tomadores e colocam seus interesses sempre em primeiro lugar. Mais cedo ou mais tarde, são identificados e tendem a ser excluídos para o bem do conjunto.
Ainda nesses segmentos, entre os dedicados e os do contra, há uma categoria que, se não é negativa em si, também não é positiva. São os que balançam a cabeça, adotam o discurso oficial, porém, mais da boca para fora do que realmente sentido. Podemos chamar essas pessoas de neutras. Não são tomadores nem doadores, para utilizar uma linguagem do Adam Grant no livro Dar e Receber, aqui trazida para outro contexto. É aquele grupo de pessoas que participa de uma atividade voluntária, por exemplo, com as melhores das intenções. No entanto, no dia a dia, não sinaliza se leu ou não mensagens no grupo de WhatsApp; não responde aos e-mails ou às consultas; chega atrasado às reuniões, quando não falta; pode não aparecer no dia, porque algo está sempre acontecendo de última hora. É compreensível que elas estejam travando as suas próprias batalhas, mas como contar com essas pessoas? Como considerar que elas compõem um time?
Montar um time não é fácil. Fazer parte de um time também não. A reflexão que eu gostaria de deixar é: você se sente parte de um time, de uma equipe ou de um grupo? E o seu comportamento como participante, em qual dessas categorias se enquadra? O que fazer para melhorar?
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