No artigo anterior “O que o Universo nos traz hoje?” fiz algumas considerações sobre as sincronicidades, citando pensadores como Carl Jung, Mokiti Okada e o empresário Steve Jobs. Destaquei que não fomos educados para entender a linguagem utilizada pelo Universo, que parece estar tentando se comunicar conosco durante todo o tempo, emitindo sinais. Ao final, propus: “Com base nos acontecimentos desta semana: o que Universo pode estar tentando lhe dizer?”.
Talvez esta provocação não tenha chegado a você. Ou talvez tenha e você não tenha dado uma maior importância. Ou ainda, você topou tentar identificar os sinais e simplesmente esqueceu. Seriam fatos normais e constatar isso não implica nenhum julgamento. Mas se você ligou as suas antenas, é provável que você tenha conseguido fazer algumas conexões. Talvez algumas poucas, talvez pequenas conexões.
Se você prosseguir neste exercício, vai começar a perceber cada vez mais sentido nas correlações. Não é assim que se aprende uma nova língua? No início, parecem apenas ruídos, depois percebemos palavras soltas, até que conseguimos entender uma frase inteira. Na persistência, seremos capazes de entender todo um filme, mesmo que não saibamos todo o vocabulário. Um dia estaremos aptos para dialogar, compreender e sermos compreendidos em uma linguagem que, no início, parecia apenas um conjunto de ruídos. Com a linguagem do universo não é diferente.
Falando em línguas estranhas, o que significa para você a palavra kannagara? É provável que nada, assim como para mim, até que li que no xintoísmo ela significa algo como “caminho da Grande Natureza”. Segundo Mokiti Okada esta seria uma outra expressão para se se referir à Vontade do Universo ou ainda à Vontade de Deus, expressa nas leis que se manifestam na natureza e nas nossas vidas, em todos os setores dela.
Assim, após fazer o nosso melhor, aplicar o kannagara poderia ser interpretado como: confia no universo, confia no processo (expressão muito utilizada em processos de coaching), segue o fluxo natural, faz e solta com desapego, segue o seu coração, ouve a sua intuição”, “o aparentemente mal trouxe o bem”, “doença que purifica e traz a saúde, perdas que trazem ganhos, problemas que geram aprendizados, gratidão em qualquer situação, menos ego e mais cuidado com o outro, confiança no Universo, confiança em Deus.
Buscar entender a linguagem do universo é semelhante ao surfista que observa o mar antes de se lançar às ondas. Se ele se integra ao fluxo, poderá fazer o melhor uso de sua técnica (livre arbítrio), sem querer mudar a direção da onda, que não deixará de seguir o seu caminho. As Leis da Grande Natureza são imutáveis e seguem o seu fluxo, kannagara. Crianças querem porque querem e choram se não forem atendidas. Adultos aprenderam que não adianta “dar murro em ponta de faca”. Alguns podem demorar um pouco mais para aprender, principalmente, se não compreendem como estas grandes leis se manifestam em nosso dia a dia, na família, no trabalho, nos relacionamentos, na saúde e até no nosso dinheiro. Kannagara.
O universo está em Ordem, como nos ensina Mokiti Okada. O caos é uma limitação do ponto de vista. Por todos os lados existem as sincronicidades, sinais que podem servir de apoio para reflexões e uso de nosso livre arbítrio na construção de felicidade consciente para nós e para o nosso redor.
Para finalizar, renovo a pergunta, acrescentando mais um ponto. Com base nos acontecimentos desta semana, o que Universo pode estar tentando lhe dizer? O que seria nesta situação seguir o fluxo da Grande Natureza, kannagara, fazendo uso do seu livre arbítrio”?
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