Jack Welch fez uma carreira de 21 anos na General Eletric (GE) antes de assumir o cargo de CEO. O grupo enfrentava uma grave crise financeira, apesar de seu enorme tamanho em diferentes setores, em centenas de países. Sua gestão marcou uma verdadeira revolução no grupo, fazendo com que a GE crescesse exponencialmente e se tornasse uma das empresas mais valiosas do mundo. Mais do que isso, seu estilo de liderança impactou a própria teoria de gestão, fazendo Jack tornar-se um ícone como líder, um guru para muitos executivos em vários continentes. Ele esteve à frente da GE por 20 anos, totalizando 41 anos de carreira na mesma empresa. Ao encerrar o ciclo, tornou-se um autor de sucesso, escrevendo sobre liderança e gestão, além de consultor de várias empresas entre as 500 maiores da Fortune.
Diz a lenda que, já na condição de um dos mais respeitados executivos do mundo, Jack teve interrompida uma reunião com um banqueiro alemão, um senhor mais velho, muito conceituado na área. O tal banqueiro disse que precisava interromper o encontro pois tinha um compromisso com o seu mentor. Jack surpreendeu-se. Alguém tão sênior e já tão realizado tinha um mentor? Quis saber quem era ele. A explicação era que o tal mentor era um jovem de 28 anos, o que surpreendeu ainda mais Jack. Era um mentor de tecnologia. Welch saiu impressionado e, diz a lenda, que quando desembarcou nos EUA, determinou que os seus principais diretores contratassem mentores jovens de tecnologia. Era o início dos anos 90 e, nesta área, a distância entre as gerações era muito maior do que hoje. Tal iniciativa ajudou a competitividade da GE, uma empresa tradicional, em um setor que se tornou o terreno das startups.
Jack Welch era curioso por natureza e conhecido por tirar aprendizados do cotidiano aplicando-os em diversas situações. Qual teria sido a principal lição que ele teve no episódio com o tal banqueiro alemão, aplicável a vida e aos negócios? Que lição você tiraria da situação?
Para mim, o aprendizado seria o que hoje serve como uma das premissas em nosso trabalho no MCI: “todos têm o que ensinar, assim como todos têm o que aprender, desde que desejem isso”. Aprender com mais jovens é algo que faço todos os dias.
Cada pessoa carrega algo a compartilhar, como no caso de um jovem de 28 anos mentorando um bem-sucedido empresário, talvez, próximo dos 70. Uma pessoa que viveu mais, naturalmente, teve a chance de acumular mais conhecimentos e experiências. Como ela aproveitou estas oportunidades dependerá de muitos fatores e ainda mais se ela, além do conhecimento, foi capaz de desenvolver sabedoria, que é algo diferente, mas este é um outro assunto. Aqui importa destacar que todos têm o que compartilhar e isto é uma das coisas que mais gratificação proporciona ao ser humano. Todos nós podemos ser mentores de algo a alguém e nos realizarmos com isso.
Mas como exercer uma mentoria efetiva, capaz de fazer com que o conhecimento e experiência de alguém possam ser úteis a outra pessoa ou mesmo a uma organização?
É aí que entra a formação técnica e as competências que diferenciam um mentor profissional de uma pessoa qualquer. Não é apenas o conhecimento, mas também a maneira de compartilhar com o outro, aproveitando a experiência do outro, a capacidade do outro, o potencial do outro. Tudo isto requer do bom mentor ainda algo além, que ele seja continuamente uma melhor pessoa e que esteja genuinamente interessado no desenvolvimento do outro, sendo capaz de criar com ele uma verdadeira parceria inspiradora, baseada na confiança mútua. O chamado mentoring avançado, que, além do conhecimento do mentor, faz uso de importantes competências do coaching profissional, se propõe a isso. No MCI apelidamos este tipo de mentoring de mento-coaching.
Mas, retornando à questão, qual teria sido a principal lição de Welch no episódio com o tal banqueiro alemão, aplicável à vida e aos negócios? E que lição você tiraria da situação?
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